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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Em fala final, Dilma diz que 'ferimento será muito difícil de ser curado'

A presidente afastada Dilma Rousseff no Senado | Marcelo Camargo/Agência Brasil


  Em suas últimas palavras no julgamento do impeachment, no discurso que deve ser o último como presidente da República, Dilma Rousseff afirmou que sua condenação será um "ferimento muito difícil de ser curado". O interrogatório de Dilma no julgamento durou quase 15 horas e foi encerrado às 23h48. Os senadores estão convocados para a votação do impeachment nesta quarta-feira, a partir das 10 horas. O afastamento em definitivo de Dilma deve ser selado na madrugada de quinta.

  — Não se trata de um golpe que nós todos da minha idade sofremos ao longo da nossa juventude. Mas quando se fazem exceções, e se tira um presidente eleito sem crime de responsabilidade, esse ferimento será muito difícil de ser curado. Peço que tenham consciência na hora de avaliar esse processo — afirmou Dilma.

  Acusação e defesa se pronunciaram no final do interrogatório. A presidente afastada respondeu aos autores da acusação, Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior, sem acrescentar novidades no discurso repisado ao longo das quase 15 horas. O advogado de defesa, José Eduardo Cardozo, decidiu não fazer perguntas e abriu espaço para o posicionamento final da presidente.

  — Não é possível que o país tenha a partir de agora posições fundamentalistas em relação às contas públicas. Que sejamos capazes de fazer acordos, para recuperar de forma mais rápida a economia brasileira — afirmou a petista.

  A presidente afastada considerou "absolutamente normal e vantajosa" a disputa política, mas criticou a "invenção de um crime de responsabilidade e disse que a execução do gasto público "num espaço de disputa ideológica".

  — É muito grave afastar uma presidenta da República sem crime de responsabilidade, mesmo que o impeachment esteja previsto na nossa Constituição.

Por Vinicius Sassine e Letícia Fernandes

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